sexta-feira, 27 de abril de 2012

Brechó do bem. Amanhã! vamos?


Um sonho Desigual

No ano passado, minha professora de costura me mostrou um catálogo cheio de roupas lindas, da Espanha, de uma marca chamada DESIGUAL .
A partir daquele dia, eu tenho um sonho de consumo...

Pra quem não sabe, eu não gosto de inverno. Sinto muito frio, dores musculares, sofro no inverno, e acho difícil colocar qualquer roupa que eu não fique parecendo uma trouxa de casacos um por cima do outro. Então, no inverno, me escondo sempre atrás do meu sobretudo preto.


Por estas e outras o sonho desigual nunca saiu da minha cabeça, e dia desses na casa da Liana, vi pela primeira vez na vida dois casacos da desigual, pessoalmente. A partir deste dia o sonho virou quase que uma obsessão, uma necessidade para enfrentar o rigoroso inverno do Sul.

Por incrível que pareça, as roupas da marca são ainda mais sensacionais ao vivo do que em fotos, com todas as produções que cabem a um catalogo.
Nem tudo da pra re-usar, as vezes precisamos comprar roupas novas, então, que sejam roupas de boa qualidade, que poderão ser usadas por muito tempo e depois re-usadas por nossos filhos.






Este último é o meu favorito, mas não encontrei uma imagem boa. Na verdade, é dificil escolher um favorito, pois todos são incrivelmente LINDOS! Olha o detalhe:


Vai dizer que não deu um aperto no peito e uma vontadezinha de ter um desses?
Então, amigos que forem viajar para a Europa, por favor, tragam um casaco desigual pra Sam!
Beijos e uma ótima sexta!

Redescobrindo o tingimento caseiro

Por Michael Tortorello, The New York Times News Service/Syndicate
Grifos meus.
Samantha

Os alquimistas em formação, assim como Sasha Duerr, frequentemente são abordados por desconhecidos que lhes pedem para demonstrar seus poderes aquecendo um caldeirão no quintal. É uma forma de vida, e Duerr geralmente fica feliz em experimentá-la. Recentemente, em uma tarde de segunda-feira, ela tinha providenciado três fogões a propano de acampamento e catado alguns itens para ferver.

Duerr, de 36 anos, pretendia mostrar como é fácil transmutar plantas comuns em corantes de tecidos naturais de rara beleza. A fórmula é um segredo conhecido desde os tempos de Plínio, o Velho: encha uma panela com água, adicione uma cesta de folhas e um lenço de seda, traga a poção para ferver. Espere, então, a mágica acontecer.

Duerr montou sua mesa dobrável na Faculdade de Artes da Califórnia, em Oakland, onde ela é professora de design têxtil. "Dois anos atrás, fizemos esse jardim", disse ela, caminhando para um canto sombreado, perto de um galpão com suprimentos a ser utilizado em caso de terremoto. Antes disso, o espaço desgrenhado "era uma espécie de lar para projetos rebeldes de arte".



Em três ou quatro canteiros feitos de tijolos recuperados, Duerr plantou uma "linha do arco-íris".

A raiz da garança dá origem a um vermelho profundo. "As raízes de papoula fazem um amarelo alaranjado", disse ela. De vinhas de feijão-fava, vem um verde claro. "Também dá para comer as folhas de fava", disse Duerr, partindo um pouco de folhagem para fazer um lanche rápido.

Do outro lado da rua do jardim, um restaurante Wendy's anunciava um sanduíche de frango crocante a um preço incrivelmente baixo. Duerr acredita que o equivalente do "fast food" é o "fast fashion": um processo industrial feito à base de um consumo excessivo triste e de subprodutos nocivos.





Por outro lado, era seguro para Duerr, grávida, preparar o lote de corantes botânicos daquele dia (ao que parecia, ela estava com cerca de 48 semanas). Quanto ao desperdício, Duerr afirmou: "Eu quase nunca compro nada novo." Naquela tarde, por exemplo, ela estava usando um top de grávida de segunda mão, de cor amarelo lima, que tinha tingido com erva-azeda-amarela (também conhecido como erva-canária), uma erva daninha da Califórnia.

Uma abelha pousou em sua camisa. "Isso acontece o tempo todo quando trabalhamos com corantes naturais", disse ela. "Já aconteceu de beija-flores virem e pousarem no meu ombro. Tenho certeza de que são os feromônios das plantas. Eles veem a cor como algo vivo."

Na verdade, a arte de tingimento natural está praticamente morta desde a era vitoriana. No entanto, a experiência de Duerr tem mostrado que uma nova onda de interesse no cultivo de corantes botânicos têm florescido.




Em um loteamento antes abandonado no bairro do Brooklyn, em Nova York, um novo jardim de corantes e um programa de Agricultura Apoiada pela Comunidade começarão nesta primavera. O Centro de Artes Têxteis, que está ajudando a dar início ao jardim, vai oferecer não apenas materiais vegetais, mas uma oficina e acesso ao seu estúdio. Todos os 10 lotes oferecidos foram vendidos em meados de março.

Os corantes naturais existem ao nosso redor, disse Isa Rodrigues, de 26 anos, que organiza o programa Sewing Seeds do centro, mas "as pessoas não os conhecem". As cores podem vir de flores comuns (como dálias e cravos); folhas de árvores (bordo japonês, árvore-do-âmbar); frutos silvestres (amora, baga de sabugueiro), ervas (hortelã, alecrim), nozes e conchas (bolota, casca de nogueira negra), e cascas (bétula, madrone).

Toda planta é um corante em potencial.



Em manuais antigos, muitas vezes é possível identificar as plantas tradicionalmente utilizadas para tingimento – garança, pastel, índigo verdadeiro – a partir da palavra "tinctoria" ou "tinctorum" na nomenclatura botânica. No entanto, Pamela Feldman, de 58 anos, sempre precisou identificar esses espécimes misteriosos para os jardineiros da comunidade que compartilham o terreno do antigo Sanatório Municipal de Tuberculose de Chicago.

Nesta primavera, porém, suas plantas, cuja aparência lembra a de ervas, podem se tornar algo menos exótico. Na reunião de planejamento anual, Feldman descobriu que "existem outras quatro pessoas no jardim cultivando plantas naturalmente usadas para tingimento".

Os conhecimentos sobre técnicas sustentáveis de tingimento parecem estar se disseminando como se fossem pólen. Durante 17 anos, Feldman publicou o Turkey Red Journal (turkeyredjournal.com), um periódico semestral que aborda temas recônditos, como corantes de lama japoneses e coloração à base de cogumelos escandinavos. Mas a maioria dos tintureiros parece se formar por meio de oficinas ou cursos profissionalizantes.






Por exemplo, Elissa Meyers, de 24 anos, da casa de tingimento Blue Red Yellow, na Filadélfia, estudou no Artisan Natural Dyeworks, em Nashville, no Tennessee. Agora, Meyers e sua sócia, Mira Sophia Adornetto, de 33 anos, estão dando orientações em um novo jardim comunitário de tingimentos, no Oeste da Filadélfia, que vai ensinar o ofício a crianças da vizinhança.

Por sua vez, Duerr relatou que sua pesquisa e grupo de educação sem fins lucrativos, o Instituto Permacouture, foi recentemente inundado por "pedidos de estágios", disse ela. "Da Finlândia, da Índia."

As pessoas querem entender as origens dos tecidos que vestem. E o interesse vai muito além das províncias de Berkeley e Brooklyn. O público mais entusiasta de Duerr nos últimos anos, contou ela, foi o de uma turma da Universidade do Norte do Texas, nas margens do Fort Worth Metroplex, região metropolitana de Dallas. Os estudantes esperam dar início a um jardim de tingimentos lá em breve.


O que todos esses artistas veem nos corantes naturais? "Para mim, obter a cor é parte da arte", disse Feldman a respeito dos tapetes que tece. "Caso contrário, seria um trabalho feito por outra pessoa."

Antes de Sasha Duerr se tornar artista de tecidos, ela foi pintora. Mas as tintas a óleo lhe davam náuseas e dores de cabeça. Qual era o sentido de fazer uma arte ecológica, pensou ela, se a toxicidade do processo fazia com que ela adoecesse? (Deixemos esse tipo de arte performática masoquista para Marina Abramovic).

Na faculdade, Duerr começou a pesquisar a respeito de como formular suas próprias tinturas por meio do esmagamento de minerais. Era uma investigação obscura – quase oculta. "Ninguém no meu departamento sabia me dizer realmente como fazer isso", lembrou ela.

Quando ela finalmente encontrou especialistas em cores naturais, eles eram, surpreendentemente, mulheres que ela conhecia desde a infância. Os pais de Duerr haviam seguido o movimento back-to-the-land ("de volta à terra") até uma fazenda na região do leste de Maine. Algumas de suas companheiras de viagem – agricultoras e artesãs – tinham redescoberto os corantes naturais na década de 1970.



No entanto, alguns dos agentes de fixação de cor daquela época eram coisas bastante desagradáveis: sais minerais como o cromo e o estanho. Essas soluções são mordentes e ambas podem intensificar tons e tornar os tecidos mais resistentes à luz e à lavagem. Em seu guia introdutório "The Handbook of Natural Plant Dyes" ("O Manual dos Corantes Naturais de Plantas", em tradução livre), Duerr sugere banhos com soluções mordentes mais leves derivadas do sulfato de alumínio, o que por vezes funciona como uma substância de decapagem.

O ferro é outra opção, e é provável que você não precise comprá-lo. Duerr produziu um frasco que continha uma essência alaranjada, de cor pálida. "Peguei os pregos do meu marido", disse ela. "Eles estavam em um balde no galpão, enferrujando."




Uma das aprendizes de Duerr, Sierra Reading, de 22 anos, pegou uma tigela de metal em uma das enormes panelas de corante que estavam borbulhando no fogão. Era água de casca de cebola, e tinha cor de mogno. Um respingo do mordente de ferro – apenas algumas colheres de sopa – atingiram o caldo de cebola como se fossem creme no café. De repente, o líquido tinha virado um intenso chá verde.

Um mordente, por si só, pode transformar um tecido. Alyssa Pitman, de 32 anos, estudante e assistente de ensino, abriu sua blusa de moletom e revelou uma camiseta branca que tinha tingido. O corante tinha vindo de ervas daninhas encontradas na beira da estrada; o ferro, de acessórios de barcos antigos. Com o tempo, os tons vegetais tinham desaparecido (um fenômeno chamado de cor "evanescente"). Mas com o uso do ferro, uma estampa básica em forma de anel permaneceu, criando uma camiseta perfeita para ser vendida em um parque temático de Richard Serra.



"Eu acho que o tingimento natural me torna mais consciente do que existe no meio ambiente", disse Pitman. "Tem um monte de coisas enferrujadas no mundo."

Após passar uma hora, Reading pegou um par de pinças e começou a puxar pedaços de seda de diferentes fornadas de tingimento. Ela os colocou sobre a mesa branca e começou a tratar o tecido com suco de limão. Primeiro, o lenço de tecido saído de um ensopado de repolho roxo pareceu turquesa. Porém, assim que um toque de ácido atravessou a fibra, partes dela tinham adquirido cor de ariela. Cinco minutos depois, as manchas ficaram com um rosa vibrante.

"A coisa da alquimia não era brincadeira", disse Duerr. Ela lançou uma pitada de bicarbonato de sódio em um tecido que tinha sido tingido por flores e folhas de capim-azedo. Ele passou de amarelo para um tom de terra que lembrou a década de 1970, aquele laranja acobreado, digamos, de um terninho de Betty Ford.

"Essa cor pegou bastante neste ano", disse Duerr. "A moda sempre se recicla."


Lindo né? Adorei! Que tal fazermos alguns experimentos? vai ser no minimo divertido.
Beijos,
Sam






quinta-feira, 26 de abril de 2012

O colete e o lápis amarelo.

Quando eu era pequena, nunca consegui nenhum papel de destaque nas peças teatrais da escola, mas um personagem me marcou profundamente. Das caixas de lápis de cor, eu era "o lápis amarelo". Eu pintava flores, abelhas e principalmente, era eu quem coloria o Sol! Que orgulho, eu era a cor que dava vida ao Astro Rei!
A professora disse que as cores foram escolhidas por sorteio, mas o lápis mais gasto, o vermelho, ficou com a mais baixinha, o menos usado, o branco, ficou com a mais alta, alguns colegas eram cenário, as flores, o Sol, os animais...Dessa vez eu tinha fala. Eu era por "coincidência"  a mais loira, a amarela, uma importante cor, um personagem de destaque.

Então, posso afirmar que minha carreira como atriz teve seu ápice lá por 1998, no papel do "lápis amarelo"...

No Brechó #NaturezaViva, acabei comprando por impulso um "terninho" com calça e colete amarelos. Usei umas duas vezes e fui chamada de "O Máscara" ... Eis que ontem no Jornal Nacional, a âncora mais copiada do Brasil, Patricia Poeta, vestia um casaco amarelo, bem do mesmo tom do meu colete, e com uma blusinha branca por baixo.

Achei que este era o momento propicio pra assumir o meu look duvidoso.

Eu gosto de amarelo, mesmo que eu fique amarela, mesmo que me apague, mesmo que pareça um um lápis. Eu adoro amarelo. Afinal, para quem já foi a própria cor, impossível não ter boas recordações.


Maria tentando fotografar a criança, que não parava de pular com a marionete amarela.

E aproveitando o "momento" amarelo e branco, para não parecer um ovo frito tomei alguns cuidados.
O primeiro foi jogar uma cor no sapato, e não usar a calça da mesma cor, e o segundo foi por um broche antigo, uma rosa amarela, mas com folhas verdes, que deram uma quebrada no "amarelão"
Este broche eu comprei dois anos atrás no brique da redenção, é italiano e custou apenas 15 reais.


A blusinha branca é da "Lua", o sapato era da minha mãe, e a calça era da minha cunhada... Quase tudo re-usado. ficou bacana, né? O que acharam?
Beijos,
Sam

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Fotos:
Leonardo Melgarejo
Bruno Saldívia
Maria Melgarejo

As Patricias e a moda sustentável. Entrevista.


As patricias são Patrícia Parenza e Patrícia Pontalti, jornalistas e consultoras de moda e estão à frente de uma empresa diferenciada, que reúne diversos serviços na área de moda e design.  Em seis anos, aspatrícias já atuaram para diversos clientes, como Piccadilly, Ramarim, Dakota, Rabusch, Shopping Total, Renner, Kildare, SENAI, Shopping Moinhos entre outros."

É uma combinação perfeita de Patrícias, uma loira e uma morena, sempre impecáveis nos looks e na simpatia. As Patis são super competentes e atenciosas com a mídia e com o público, e este jeito acessível delas, é um diferencial no meio da moda.  Diferente de muitos, elas mostram sempre muito trabalho e amor pelo que fazem, sem guerra de ego, sem querer parecer mais, sem ares de superioridade. Elas são gente como a gente, com dose extra de talento! 


Quer saber a opinião delas sobre moda sustentável? Então aproveita a mini entrevista abaixo. E fique de olho, se ouvir sobre "as patricias" por ai, é quente!

Sam: O que é moda sustentável para vocês?

Patis: Há várias formas da moda se tornar sustentável. Uma delas, sem dúvida, é quando se aplicam processos não agressivos ao meio ambiente na fabricação das peças. A outra é quando se recicla o que já existe de alguma forma, usando materiais excedentes, reformando, comprando em brechós, promovendo trocas entre amigas.


Sam: O que vocês acham da moda do "re-usar"?

Patis: Não tem como não achar bárbaro, afinal, estamos falando de personalização de estilo e também de consciência ecológica. Quando se garimpa uma peça, imprimimos um toque diferenciado, singular ao nosso estilo. E estamos evitando um novo processo de produção.  

Gostou? Então aproveite para ler O site das moças : www.aspatricias.com.br, que integra o casting do Universo On-Line (UOL),e traz diariamente notícias de moda e variedades. Eu "Super" indico!

Beijos,
Sam

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Conjunto Turquesa. Por Quitéria Franco


Nos  anos 60, ganhei um belo conjunto de colar , pulseira, brincos e anel em turquesas e ouro. Lindo mesmo,mas de uso restrito


Acho que usei pela primeira vez num baile de gala da Festa da Uva, nos anos 60. A foto com a Rainha Silvia Maria Celli não está boa, mas testemunha a época.



Durante muito tempo as turquesas foram usadas isoladamente, ou quando muito aos pares - conjuntos nem pensar! Mas como bem disse Constanza Pascolato, em Moda tudojá foi feito e  na Coleção Resort 2012 da Prada , a fórmula antiga e "cafona'de usar brincos idênticos ao colar ressuscita. O impacto foi grande. Escapismo? Pode ser...


Lembrei então das flores de turquesas, engastadas em ouro colorido que certamente mereciam ser usadas, ou ,como gosta a Samantha, reusadas.
Na contramão do minimalismo há um clima enfeitado , um certo over no cotidiano, que meu deu certeza em misturar as flores com o geometrismo de um vestido bege com bordados art-deco. Dito e feito e assim fui ao casamento da Bruna e Maurício, em Caxias do Sul, que é a cidade da Festa da Uva. É um retorno e um reuso!

domingo, 22 de abril de 2012

Lentes para que te quero...


Um dia desses (na verdade uns meses atrás), meu noivo assistiu num programa de televisão que, no Japão, usar óculos sem lentes estava na moda. Para entender melhor a história, o sonho dele é que eu use óculos, mas como não preciso, a moda da armação sem lentes veio para ele como uma salvação.

No ano passado, comprei uma armação antiga, no Brechó da Tia Mariza, e deixei-a enfeitando meu guarda roupas... A moda dos óculos sem lente se foi, mas só agora eu decidi assumir o meu.  E não é que ficou bem legal?

Que fique entre nós, senão o meu “broto” nunca mais vai querer me ver sem os óculos, mas que uma armação diferente muda todo o visual, da um tom pro look, e deixa a gente cheia de personalidade, é uma verdade irrefutável.


Ainda não sei se vou sair por aí exibindo minha armação sem lentes, mas estou pensando seriamente em colocar uma “lente falsa” nela e em algumas outras raridades que tenho aqui, pra “mudar a cara” de vez em quando. Faz bem, né?

O look foi montado a partir do óculos, e não ao contrário!
A renda, comprada no Brechó NaturezaViva deu um ar romântico, e o echarpe, também do brechó da Tia Mariza, fez par com os óculos para animar o visual professorinha.

E vocês, o que acharam da ideia? Espero que tenham gostado!
Beijos,
Sam (Agora, quatro olhos)
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Fotos: Maria Melgarejo

Hoje é dia de Maria

Hoje, com muito prazer , apresento para vocês a doce Maria.
Maria Melgarejo tem 14 anos na certidão, mas uma memória ancestral de uns 15 milhões de anos. Digo isso porque eu mesma não acreditei que ela tinha 14 anos depois de bater o primeiro papo com ela. Não só pelo nível de inteligência, mas por sua sabedoria, que é diferente. Maria sabe compreender o ser humano. Não foi por acaso que ganhou este nome tão belo e forte: Maria. A Maria é doce, decidida, criativa... A Maria é brilhante.


Uma frase que a Liana, mãe dela me disse, não saiu da minha cabeça. Quando conversávamos sobre a educação dos filhos (Quem não quer ter uma filha igual a Maria?), ela disse que a Maria foi um presente, que ela é filha deles mas poderia ser filha de qualquer um, coube a eles a missão de criar essa alminha iluminada!
E é verdade, as "marias" pertence ao mundo, porque tem muito dentro de si para doar, mostrar, ensinar, amar...
Então também não é a toa que a Maria nasceu em uma família tão gentil, divertida e sensível, quanto a família da Liana e do Leonardo...

Mas, vocês devem estar se perguntando, "porque ela esta nos apresentando a doce Maria?"

Simples, a Maria é colaboradora aqui do Blog, e muitas das fotos que vocês vão ver aqui, daqui para frente, são assinadas por ela!

E para "introduzir" ela no blog, ninguém melhor que a mesma para responder as minhas perguntinhas sobre ...

Moda Sustentável: "O conceito de moda sustentável é uma coisa meio confusa pra mim, acho que deve representar roupas de algodão orgânico, que causam menos impacto ambiental durante a produção, e com corantes naturais. Eu sei que que existem muitas empresas que fazem roupas com fio de garrafa PET, que afinal, já está no meio ambiente né? O ideal seria que elas nem estivessem lá para serem re-aproveitadas, mas já é um começo!"

Re-Usar: "Agora, sobre a moda de re-usar, eu acho que vai muito além de comprar em brechós ou usar roupas usadas, eu acredito que quando eu uso os vestidos que eram da minha mãe, eu carrego junto um pouco da energia maravilhosa dela,  que usando as roupas de quem a gente gosta, aproveitamos pra relembrar todos os momentos bons com aquelas pessoas. Isso não desvaloriza as roupas que já foram usadas por desconhecidos, claro que não, mas aquela peça carrega uma energia tambem, uma história, e eu posso criar mais uma historia para aquilo..."





Lindo né? Na foto a Maria esta usando um vestido do Brechó da Tia Mariza. Em Breve vocês saberão mais sobre este Brechó, que é um dos melhores de Porto Alegre, e esta fechando parceria com o blog!
O vestido que eu estou usando, adivinhem? É da Maria!

SEJA BEM VINDA MARIA!

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Fotos: Bruno Saldivia

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Tricôs para inspirar. Mamãe já usava...

"Das atuais formas de arte urbana, a mais feminina que existe certamente é o Yarn Bombing, expressão onde a paisagem fria das cidades é atacada por intervenções humanizadas feitas com a textura e a cor do tricot. Esta nova forma de arte, dominada por mulheres, vem sendo escolhida como meio de expressão por artistas do mundo todo e já é considerada o grafite feminino." (release)


Mas o que eu achei mais interessante foram as belas peças de tricô. Certamente a gente vai achar no armário algo que lembre esta "nova velha" moda, que mamãe já usava. No meu caso, mamãe fazia.


Aqui no Sul, os tricôs são muito úteis, pois faz frio MESMO, então o desafio é tirar o bom e velho tricô da mamãe do baú e subir pra arara.


Da uma olhada que bela campanha da Ambicione,Com fotos de Rodrigo Marques e estrelando a top model brasileira Barbara Berger. Ah, pra quem não sabe, a Ambicione é a marca conceito da Anselmi, a famosa malharia gaúcha!








Vou deixar para pôr os meus tricôs no inverno, por hora, estes são para inspirar.
Beijos,
Sam

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Entrevista: Adriana Bechara, da revista Glamour.


Neste mês, as bancas brasileiras receberam a primeira edição nacional da revista glamour. A primeira edição internacional, lançada nos EUA em 1939, se chamava Glamour Of Hollywood e tinha ninguém menos que Betty Davis na capa. Na nossa primeira edição, Juliana Paes foi escolhida para estampar a capa e contar seus segredos no miolo da revista.


Mas o que me faz escrever este post é a reportagem “Paquitas de Luxo” (pg. 80), uma entrevista com algumas ex e outras atuais “dasluzetes”, ou seja, vendedoras da Daslu, o império de luxo criado por Eliana Tranchesi (1947-2012). Para quem não sabe Eliana foi condenada a 94 anos e meio de prisão por formação de quadrilha, fraude em importações e falsidade ideológica.(Saiba mais aqui)

A entrevista de Alvaro Leme tem a seguinte introdução: “Reunimos sete moças que fizeram história na Daslu e perguntamos tudo que você sempre quis saber sobre a profissão de “dasluzete”, o mito Eliana Tranchesi...” Pera aí, eu pensei, será que perguntaram tudo mesmo que queremos saber sobre Eliana Tranchesi? O mito?

Quando li a entrevista tive minha resposta: não. Faltou perguntar o que as meninas de Eliana achavam sobre seus atos desonestos... Fiquei com uma pulga atrás da orelha: será que estas também são as opiniões da revista sobre a empresária?

Para conseguir a resposta, conversei com Adriana Bechara, diretora de moda da revista, que esteve em Porto Alegre para um bate papo durante o “Moinhos Preview”, evento do shopping Moinhos de Vento, que esta acontecendo esta semana e tem a curadoria de “As Patrícias”.

Já adianto que Adriana além de simpática, simples, gente como a gente (Sim, ela é tudo isso mesmo!) foi super sincera nas suas respostas, e no final da entrevista ainda comentou: “ adorei as tuas perguntas, viu?”

E eu adorei as respostas, Adriana!



Segue a entrevista com a moça, que antes de assumir a parte de direção de moda da Glamour foi Editora sênior de moda da Vogue Brasil.

S: Do ponto de vista da lei, sonegar imposto ou desviar dinheiro, como fazem alguns políticos, é usar ilegalmente dinheiro dos cofres públicos. Porque Eliana Tranchesi continua sendo “endeusada” como Mito mesmo após a comprovação de seus atos ilícitos, ao ponto da revista Glamour ter publicado uma matéria abordando somente os pontos positivos da empresária, sem fazer ressalvas, como se ela fosse um exemplo?


AB: Eu te diria que a Glamour não fez uma matéria sobre a Eliana, fez uma matéria sobre as “dasluzetes” e elas falaram sobre a Eliana. Algumas revistas fizeram matérias sobre a Eliana, não a Glamour. Eu acho que o fato dela ter ficado doente, e ter sido a criadora de todo este magnetismo em torno do mercado do luxo não elimina os defeitos dela ou os erros que ela cometeu durante sua vida. Existe um lado que é muito admirado e respeitado e existe outro lado comprovado, de que ela não foi uma pessoa ética nem profissional, como se espera de um empresário de moda.
A matéria foi sobre o Glamour que significou num determinado momento, ser uma “dasluzete”. Antes de todos os problemas fiscais que a Eliana teve, ser dasluzete foi muito glamouroso. Hoje não é como foi no passado, para algumas meninas pode ser uma referência, mas não como foi naquele ápice, quando não existia nenhuma suspeita sobre atividades ilícitas na questão fiscal da Daslu.

S: O que é moda sustentável para você? 


AB: É uma longa caminhada. A consciência de que você esta comprando de uma grife de empresários que tiveram uma preocupação social, é um começo, uma ponta de um iceberg que vai se tornar algo muito importante na vida das pessoas daqui pra frente, mas infelizmente ainda não é assim, a moda sustentável ainda é um mito.

S: O que você acha da moda do “Re-usar”?


AB: Sou suspeita para falar. É história. Gosto do estilo individual, que é uma coisa que cada vez vai crescer mais. Mas acho também que o desejo consumir uma roupa nova, se olhar de uma forma diferente, experimentar algo que você nunca experimentou, usar algo que você nunca usou, misturar uma renda com couro etc., é um reflexo do tempo em que você esta vivendo, é atualidade, contemporaneidade, e isso nunca vai acabar. Experimentar coisas novas é natural do ser humano, mas eu sou super a favor de misturar as roupas, ter uma peça vintage, principalmente se for de família, principalmente se for algo que não seja a tendência agora, e se a pessoa souber vestir isso de uma maneira própria.



Encantada com o despojamento e a simpatia da “guria”, pedi que ela assinasse a minha primeira edição da Glamour, e ela prontamente assinou e disse “Que legal, adorei, nunca assinei uma revista. Seu nome é com H?”, Adriana é exatamente tudo que se espera de uma editora de moda, por ser tão verdadeira ela se torna tão glamourosa.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"Cuidado com o Feng Shui " O casaco de lurex" por Quitéria Franco

Hoje lanço aqui no blog a primeira colaboração da Quitéria Franco. Conheci a Quitéria no pré-lançamento das roupas da Stella McCartney para C&A, e depois descobri que de uma forma ou outra acabaríamos nos conhecendo no meio da moda.E foi um prazer!


Segundo ela é : "fashionista por vocação, daquelas que costurava e vestia bonecas. cresci e comecei a olhar a Moda como expressão de quem ama a vida e as pessoas."
Quitéria além de ter um blog muito bacana atua em empresas no Treinamento de Pessoal e Desenvolvimento de Produto, mas ela conta : "Já fui professora de História da Moda e me considero muito influenciada por Gilles Lipovetsky."


A partir de hoje, ela vai escrever semanalmente, especialmente para o "mamãe já usava". Eu adorei, e espero que vocês gostem.
Um beijo, Sam



Quem não guarda suas roupas antigas não consegue participar do nosso movimento de re-uso ou ,como dizem alguns,  Up cycling fashion que busca novas chances para peças de outros tempos.
.
Este cardigã foi adquirido num brechó , em S. Paulo, nos anos 90, e certamente foi produzido no final dos anos sessenta ou início dos anos 70.A marca é Luisa Spagnoli ,. grife italiana que continua produzindo roupas de qualidade.. Por curiosidade percorri o site da mesma - roupas lindas para a próxima primavera (.www.luisaspagnoli.it )

A empresa existe desde 1932 , fazendo peças de qualidade que daqui 20 anos poderão estar em brechós. Será?
A moda é mágica mesmo: alguma paulista abonada viajou para a Europa, quando pouca gente viajava, e trouxe um cardigã de lurex muito macio e brilhante  , que foi para um brechó, onde o comprei e trouxe para Porto Alegre, sem me dar conta que era uma preciosidade..

Entendi por que guardei o cardigã durante anos, em stand by, até que no último Donna Fashion Iguatemi, ao buscar um agasalho, encontro-o, e era tudo oque eu precisava para completar o look.
Lá me fui bem faceira,combinando-o com uma calça Stella Macartney para C&A e uma camisa branca da Renner, bem recentes. O sapato da Schtuz  é o da estação atual.


Conclusão? CUIDADOCOM O FENG SHUI, que preconiza o descarte de roupas que não temos usado nos últimos tempos .A gente pode se desfazer de coisas preciosas.
Viva o RE- USO!

domingo, 15 de abril de 2012

Mais que uma joia. Um sacramento.


O valor de alguns objetos não está em seu preço, mas em nosso apreço por este objeto.



Este é o valor da minha gargantilha de pescoço, que nunca tiro para nada.
Decidi falar sobre este adereço antes de qualquer coisa, pois vocês verão ele por aqui sempre.

Mais que uma joia, esta gargantilha é um sacramento, pois possui uma história, um significado, sentimentos e lembranças. Mais que uma joia, esta gargantilha é um sinal de amor.

Quando nasci, minha avó materna mandou escrever meu nome em uma pequena pulseirinha de ouro, “Samantha”. Minha mãe escolheu o meu nome mesmo antes de saber o meu sexo, na verdade ela sempre soube: intuição de mãe que nunca falha, confirmou-se no momento do parto.

Samantha é nome de bruxa, mas não de bruxa má, de bruxinha boa. Minha mãe já intuiu muito da minha personalidade antes mesmo de eu nascer, e imprimiu sua sensibilidade no meu nome. Samantha!

Voltando à pulseirinha (que logo que comecei a crescer  já não servia mais no pulso)  ficou guardada por  longos 21 anos até ser “re-descoberta”. Minha mãe, antes de me mostrar e me entregar a plaquinha dourada com o meu nome, mandou aumentar a corrente da pequena pulseirinha, para que esta se tornasse a minha gargantilha, minha marca registrada, meu xodó. E quem optou por transformar esta plaquinha em marca, fui eu. Assim que minha mãe me devolveu minha pulseira, agora em forma de colar, ela nunca mais saiu do meu pescoço.

Para mim, muito mais que um acessório, esta gargantilha é um amuleto. Ela é um objeto sacramentado pelo amor das mulheres da minha família. É um lembrete de que tenho uma família que me ama. É um espelho para que eu seja corajosa como minha avó e minha mãe são. É quase uma parte de mim, pois me faz voltar aos momentos felizes da minha infância com a minha família, e momentos são tudo que temos na vida, nada além destes momentos são propriedade nossa.

Assim, para ter sorte com este blog, bem como tenho tido com tudo na vida, pensei que apenas dedicação não seria suficiente, e nada tem me dado mais sorte que este adereço, abençoado pela minha avó e pela minha mãe. Um objeto tão pequeno, com 8 letras gravadas, mas que diz muito mais que Samantha. Ao menos para mim ele diz muita coisa!

Convido a todos para que  cada um descobra em sua casa e vida, sacramentos, que recordam tantas coisas importantes para a caminhada da vida.


Beijos e uma ótima segunda,
Sam

Foto: Maria Melgarejo

sábado, 14 de abril de 2012

E nasce um blog de moda...

Como surgiu a ideia deste blog? Porque fazer um novo blog de moda, e não "re-usar" o antigo?
Eu sempre soube que chegaria o momento de me despedir do "Dicas da Sam". E este momento de fato chegou.

Tive ótimos momentos por lá, mas senti a algum tempo que meu papel no mundo ia além da moda, no entanto vi que não vou muito longe sem ela. Por isso uni o fashion ao sustentável, e a partir de hoje, as atualizações sobre moda serão postadas aqui.

A ideia surgiu nesta edição do Donna Fashion Iguatemi, quando sem ter me programado com antecedência, como sempre fazia, me vi "sem roupas" para usar. Foi quando tive a ideia de usar roupas de brechó e de família. Seria um jeito interessante de regressar na moda. Eu queria voltar, mas não como antes, queria voltar mostrando que a moda é muito mais que tendência, é estilo, e pode sim ser sustentável !




O meu propósito de re-usar foi cumprido com sucesso, e deu assunto para blogueiras e jornalistas!
vejam nos links por onde andei no DFI!

Correio do Povo- Correio Feminino

De repente Tamy1
De repente Tamy2

Tirei da vitrine

Cheia de Charme

Xingu Vivo

Lara Fotos1
Lara Fotos2
Lara Fotos3

E foi neste contexto, e graças a esta aceitação da mídia e dos meus leitores que decidi voltar de vez para a blogosfera da moda, mas agora com novo propósito e novo endereço!

Neste blog vamos sim ver o que está ou não na moda, vamos aprender a re-usar o que já temos, o que era da família , das amigas, e vamos descobrir os brechós mais descolados da cidade ( e quem sabe do mundo?)

Espero que todos embarquem comigo nesta viagem mágica e misteriosa no mundo dos armários!

Em breve, novas parcerias, colunistas e muitas "velhas" novidades.
Um beijo,
Sam

CRÉDITOS:
Foto: Franco Rodrigues

Look 1-
Saia acervo, Stella McCartney para C&A
Blusa Rosa alta costura bordada, pertencia a minha Tia Avó
Carteira- Brechó de Rua em Florianópolis

Look 2-
Mini blusa, recorte de tecido antigo da minha mãe
Calça jeans ,acervo
Carteira acervo feira de Rua

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Re-usando o armário da mamãe.


A moda do Re-Usar 


Diz o ditado que nada se cria, tudo se copia. Na moda tudo se re-cria.
E se ao invés de copiarmos ou re-criarmos, usássemos a política do re-usar?
Se a moda é cíclica, por que relançar uma nova coleção a cada três meses para re-ciclar uma ideia antiga?
Segundo Gilles Lipovetsky:

“Estamos destinados à instabilidade crônica dos valores, aos vai-e-vens das ações e reações, ao “eterno” retorno da moda que não cessa de reciclar na modernidade as formas e valores antigos...Certamente é possível re-situar este momento em um destes ciclos periódicos da história moderna.”

Mas que momento é esse? O que seria reciclar na modernidade as formas e valores antigos? 
Para os estilistas e a indústria têxtil reciclar tem outro sentido que não o verdadeiro da palavra. Para eles “reciclar” é fazer uma releitura, é inovar o velho. É a ação sem pensar nas consequências futuras da reação.

A moda do século XX foi marcada de acordo com os acontecimentos e necessidades de cada década. Podemos tomar como exemplo o New Look de Cristian Dior (1947) que associado à empresa têxtil Boussac, lançou uma linha de vestidos revolucionária, mandando uma mensagem às mulheres: “comprem mais panos”. A mulher do pós-guerra mudou e, com ela, suas roupas. As saias rodadas da década de 50, a mini-saia de Mary Quant nos anos 60 mostrando a liberdade feminina, o estilo hippie e o blue jeans dos anos 70, são alguns dos exemplos do encontro da moda com as necessidades de cada época.


E hoje, qual é a nossa necessidade? Quais os acontecimentos que podem liderar uma revolução na moda atual?
Vivemos numa época de “fast fashion” onde compramos para satisfazer nossos desejos ou fugir das frustrações pessoais. As mulheres trocam seu guarda-roupas a cada seis meses, sem pensar nas consequências deste “consumir por consumir”, simplesmente para acompanhar a moda que, como já vimos, nada mais é do que uma re-criação do que já foi voga um dia.
As ideias são quase as mesmas, todas tem um ar retrô, vintage, um pé no passado. Apesar de a tecnologia ter invadido o mundo da moda, os saudosistas andam com mais sorte, pois a releitura sempre vinga e vende mais.






Mas novamente eu me pergunto, qual é a nossa necessidade?


Buscar no consumo a resolução para todos os sofrimentos já se mostrou um conceito fracassado. Quanto mais temos, mais queremos. E é exatamente isso que o mercado da moda espera de nós. Mas já aviso: é uma cilada. Temos que aderir a uma nova politica, diferente da do “ter”, a do “ser”.
Quando vemos um vestido numa vitrine ou vestindo uma linda modelo na capa de uma revista, geramos em nós a necessidade do consumo, “eles” geraram em nós o desejo de consumo. Por alguns instantes pensamos que ter aquele vestido pode melhorar o nosso dia. Ledo engano. Os problemas ficam, o dinheiro vai embora, o mercado da moda agradece e a natureza mais uma vez chora.


Espera aí! O que a natureza tem a ver com isso?
Simples, chegamos ao ponto da necessidade da nossa década: A necessidade de consciência!
Há alguns anos os termos “ecológico” e “eco-sustentável” não estavam em pauta. Ainda não tínhamos percebido que os recursos da natureza são, na sua maioria, não renováveis e nos preocupávamos apenas em retratar a nossa realidade nas nossas roupas. Sim a moda é documento histórico, mas é também um atual problema de sustentabilidade ambiental.

“O problema da poluição ambiental tem caráter mundial e vem exigindo ações preventivas e corretivas para situá-lo em níveis aceitáveis, compatíveis com a preservação da qualidade de vida. Dentre as atividades industriais poluentes temos a têxtil, geradora de alta carga residual conhecida como lodo, e frequentemente emissora de efluente tratado que não atende ao parâmetro de controle ambiental cor, para o qual é exigido virtual ausência. Vários processos e produtos podem ser empregados para a remoção de cor, tais como adsorção, coagulação, técnicas biológicas e oxidação química, destacando-se a utilização de alúmen ou sais ferrosos com polieletrólitos, os quais têm o inconveniente de gerar lodos inorgânicos.” (Magali O. Bonatti, Ricardo A. Rebelo e Ivonete Barcellos) 


Resumindo a indústria têxtil polui, a indústria têxtil usa recursos não renováveis e o pior de tudo: produz demais. Não vamos nem entrar nos detalhes e falar do trabalho escravo nas indústrias têxteis na China ou para onde vão todas estas roupas quando saem da moda... Mesmo com toda a tecnologia atual a moda não é mais uma necessidade de retratar a nossa época. Ela é exclusiva, para poucos que têm poder aquisitivo de renovar o closet a cada estação e depois dar um fim para o que é “velho”. 


Por isso, sem mais delongas, a minha proposta para a moda atual não é re-criar, re-ciclar e comprar mais do mesmo toda estação. A minha proposta é re-usar. “Certamente é possível re-situar este momento em um destes ciclos periódicos da história moderna”.


Se a moda é cíclica e o antigo é moderno, porque não usarmos as roupas que já compramos na outra estação? Roupas que eram das nossas mães, roupas que podem ser re-usadas, compradas em ótimo estado em brechós? Porque não Re-usar? Afinal, nada esta mais na moda que ser sustentável, não é mesmo? E nada como um toque pessoal no look, com pequenas mudanças e acessórios podemos transformar o velho em novo, o antigo em retrô, o usado em vintage!


Vamos nessa? Vamos transformar a moda da nossa década na moda do re-usar, re-aproveitar?
Não estou dizendo que devemos parar de consumir moda ou quebrar o mercado de luxo. Estou falando em consumir com consciência. Pesquisar se a roupa que você esta comprando foi feita da maneira mais ecologicamente correta possível, sem deixar-se enganar por selos verdes. O capitalismo verde esta aí para nos fazer consumir e pensar que estamos consumindo bem. Então pesquise, compre com consciência e SEMPRE que puder, re-use!


O objetivo deste blog é mostrar que é possível sim estar na moda de uma forma sustentável em todos os âmbitos da palavra. Vamos falar do que esta nas passarelas e fazer paralelos com o passado, mostrando que re-usar é bonito, é possível e é bom para nós e para o planeta.


Aguardem as novidades! Em breve : "Mamãe já usou" e vai ensinar você a re-usar.
vejo vocês em breve,
Sam.





   Créditos:
   Texto: Samantha Pinotti
   Foto: Fábio Alt
   Produção: Bruna Sasso (Roupas de família e de brechós)